Thursday, April 7, 2016

Não seja a mulher perfeita. Seja feliz!

"Há quem diga que está faltando homem. Me parece que quanto mais essa ideia toma forma diante de nossos olhos, mais o desespero feminino se torna latente. Essa é uma constatação tão provável quanto lamentável: estamos perdendo o jogo pra nós mesmas.
Ao passo em que a máxima de que toda mulher, pra ser mulher, precisa de um homem ao lado se solidifica, traz consigo a ideia de que (quase) todo defeito masculino é aceitável: Ele te trai, mas tá faltando homem; Ele te subjuga, mas tá faltando homem. Te trata mal, te expõe ao ridículo e não te faz feliz, mas é melhor – sempre melhor – do que não ter um homem ao lado. Ele é namorado da sua melhor amiga, da sua irmã, da sua mãe ou da sua prima, mas se ele der mole é melhor aproveitar: Não é em qualquer esquina que se encontra um homem (tão valioso que dá em cima da melhor amiga/filha/irmã/prima da própria companheira).
Passamos a nos trair e nos comportar – digo “nós” enquanto mulher, mas, sem hipocrisia, nem de longe compactuo com este comportamento e nem posso generalizar – como se estivéssemos numa guerra permanente em que o prêmio é ter um homem pra chamar de seu.
O pior de tudo isso – sim, ainda pior do que nos trair e nos submeter a comportamentos masculinos inaceitáveis – é que algumas mulheres estão simplesmente deixando de ser quem são: tudo isso em nome de um relacionamento amoroso, ainda que capenga, inútil e infeliz – porque antes mal acompanhada do que só.
O mal do século é que me parece que toda mulher gosta de futebol, toda mulher é tranquila, gente boa e equilibrada. Toda mulher vira a melhor amiga da sogra e dos amigos dele, e faz carinho no Totó dele e torce pelo time dele. Toda mulher conhece todas as posições sexuais do mundo, é fogosa e completamente liberal: puta na cama e santa na rua, como nove entre dez dos homens sempre sonharam.Toda mulher prefere beber cerveja com os amigos do namorado do que sair com os próprios (a amigos ou ler um livro, ou ver um filme ou não fazer nada, porque toda mulher tem que ser a mulher perfeita. A mulher que todo homem quer, porque (lembra?) tá faltando homem. E essas mulheres perfeitas, raras e maravilhosas continuam sozinhas, exatamente como temiam. E, não, não vejo mal nenhum nisso. Mas, acredite, elas vêem. E muito.
Essa política da perfeição está se tornando visivelmente monótona ao passo que não há o que ser conquistado, não há o desejo, não há a deliciosa luta diária provocada pelas diferenças: não há problemas, e isso, por mais incrível que pareça, é broxante.
Uma mulher “perfeita” – ou que tenta incansavelmente sê-lo – é incapaz de fazer o que eu arriscaria dizer que é a única coisa capaz de conquistar um homem de verdade – já que é isso que tanto desejam: Desafiá-lo. Torná-lo ansioso pela conquista, fazê-lo construir a felicidade em vez de encontra-la pronta. As Misses simpatias e Senhoritas perfeição estão pecando por excesso.
Não seja a mulher perfeita. Seja você, mesmo que você não goste de futebol e seja ciumenta. Mesmo que você não vá com a cara do amigo mala dele. Mesmo que discorde com a mãe dele de vez em quando e demore pra se arrumar.
A perfeição é monótona e relacionar-se com alguém que não oferece qualquer desafio é deprimente. Desestimulante. Você não precisa – e não pode – ser perfeita pra merecer alguém ao seu lado: suas qualidades serão suficientes, desde que você tenha coragem de não mascarar os seus defeitos. A autenticidade é afrodisíaca.
Não seja a mulher perfeita. Seja feliz!"

Monday, April 4, 2016

A Filha da Índia


Namastê

Sempre que posso (e tenho tempo), costumo assistir filmes indianos. Não vou mentir, detesto aquela parte dos musicais que fazem os filmes ficarem extremamente longos. Todavia, aprendi (às duras penas) que aquilo tudo faz parte da orientação cultural existente na Índia desde os primórdios. Sendo assim, sou uma mera observadora, nada mais.

Recentemente assisti a um documentário da diretora e produtora inglesa Leslee Udwin, chamado "A Filha da Índia"totalmente diferente de qualquer filme Bollywoodiano que estamos acostumados. Porém, como mulher, esposa e mãe, não posso me calar e não compartilhar tamanha atrocidade.

A personagem principal era Jyoti Singh, estudante de medicina de 23 anos, uma menina que abriu mão do dinheiro que seria gasto em seu casamento (dote) para pagar a faculdade de medicina. Que trabalhava de madrugada num call center pra poder ajudar seus pais. Que confrontava o machismo e que lutou o quanto pôde para viver de acordo com o que ela acreditava. (Acho que não muito diferente de nós mulheres)

No dia 16 de dezembro de 2012, ela e um amigo saíram de um cinema num shopping de Nova Déli, e pegaram um ônibus para voltarem pra casa, era aproximadamente 21 horas. Dentro do ônibus, havia cinco homens e um rapaz menor de idade, todos colegas, incluindo o motorista. Durante a viagem, a estudante foi brutalmente estuprada pelo grupo em seguida, foi atirada para fora do veículo e após alguns dias, Jyoti morreu.

Há uma desvalorização muito grande da mulher na sociedade indiana. É como se não houvesse lugar para nós na cultura daquele país. De acordo com os números do governo indiano, uma mulher é estuprada a cada 20 minutos.


Uma das passagens mais chocantes do documentário acontece numa conversa com Mukesh Singh, um dos condenados pelo estupro. Sua feição permanece fria por toda a entrevista, e ele não demonstra nenhum tipo de remorso; inclusive, culpa a vítima pelo ocorrido, além de deixar claro que pensa que ela mereceu tal brutalidade. "Uma garota decente não sairia por aí às 21h", diz Mukesh.


Assim que o documentário foi lançado mundialmente, o governo indiano baniu sua exibição na Índia. A cultura indiana é muito machista ainda nos dias de hoje. Entretanto, acredito que as diversas manifestações públicas por parte da sociedade mais jovem da Índia tenha surtido grande avanço sócio-cultural. 

Lembro das inúmeras vezes do meu sogro me alertando para que eu JAMAIS me separasse deles na minha estadia da Índia. Ficava furiosa por me sentir enjaulada, com raiva deles, achava que era exagero, quando que, na verdade, ele - o meu sogro - sabia exatamente dos riscos que uma mulher corre andando sozinha na Índia.

Vi jovens nas ruas, exigindo leis mais sevaras para o crime de estupro, tão comum e banalizado pela impunidade naquele país. Foi um primeiro passo. Infelizmente isso jamais trará de volta Jyoti ou até mesmo a paz no coração daqueles que a amavam. Que o sacrifício dela tenha servido para uma maior percepção humana daqueles que ainda desvalorizam tanto a mulher na Índia.

Se quiserem assistir na Netflix: 

https://www.netflix.com/search/india's%20daughter?jbv=80073593&jbp=0&jbr=0

Fonte: http://www.vice.com/pt_br/read/a-filha-da-india-o-filme-sobre-o-estupro-coletivo-que-chocou-o-mundo-chega-ao-brasil

Friday, April 1, 2016

Templo de Lotus


Quando estive em Nova Delhi, fiquei encantada com a quantidade de templos que visitei na cidade. Hoje gostaria de compartilhar um pouco sobre o Lotus Temple...

 O Templo de Lótus é um templo de adoração da fé Bahai, localizado em Nova Déli, capital indiana. Foi inaugurado em 1987, após seis anos de construção. É um dos locais mais visitados do mundo, com aproximadamente 3 milhões de visitantes por ano.

Seu design foi inspirado na flor de lótus, símbolo de pureza para muitas religiões. Composto de 27 “pétalas” revestidas de mármore da Grécia, que formam nove lados simétricos.

A obra foi construída em concreto armado na forma de abóbadas e arcos. Sua estrutura se autossustenta sem vigas, pois descarrega o seu peso em seus nove arcos.

O Templo tem capacidade para 1.500 pessoas e tem nove entradas simétricas que convergem para o salão central. Sua construção tem pouco mais de 40 metros de altura e é revestido de mármore branco, rodeado por nove piscinas, que compõem uma lagoa.


É impressionante o que sentimos ao ver tamanha magnitude. O Templo de Lótus parece flutuar como uma flor de lótus real, que cresce em meio às águas. É muito lindo!